Deputado de MS que ocupou cadeira de Motta nega motim e declarações difamatórias
23/09/2025
(Foto: Reprodução) Motta tenta sentar na cadeira da Presidência da Câmara, deputado da oposição não deixa, mas depois cede; veja
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) negou envolvimento em motim e declarações difamatórias que paralisaram os trabalhos na Câmara dos Deputados no fim de agosto. Na ocasião, ele ocupou a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante um protesto no plenário. Veja o vídeo acima.
Na segunda-feira (22), a direção da Câmara decidiu pedir a suspensão de Pollon e de outros dois deputados envolvidos no motim. As queixas disciplinares foram encaminhadas nesta terça (23) ao Conselho de Ética, a quem caberá avaliar eventuais punições. Os alvos da Mesa Diretora da Câmara são:
Marcos Pollon (PL-MS): suspensão do mandato por 90 dias por declarações difamatórias contra a cúpula da Câmara; e outro pedido de suspensão, por 30 dias, por obstruir o acesso de Hugo Motta à cadeira de presidente
Marcel van Hattem (Novo-RS): suspensão do mandato por 30 dias por obstruir o acesso de Hugo Motta à cadeira de presidente
Zé Trovão (PL-SC): suspensão do mandato por 30 dias por obstruir o acesso de Hugo Motta à cadeira de presidente.
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Em nota, o Pollon descreveu o motim na Câmara como "manifestação pacífica" cuja finalidade era cobrar "um compromisso não cumprido". Entretanto, o corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA), analisou o caso e disse que Pollon, van Hattem e Zé Trovão registraram comportamentos mais graves.
A direção da Câmara acatou o parecer do corregedor e decidiu encaminhar os pedidos de punição ao Conselho de Ética. O documento foi assinado por todos os integrantes da Mesa Diretora, exceto os vice-presidentes Altineu Côrtes (PL-RJ) e Elmar Nascimento (União-BA). No início desta tarde, as representações entraram no sistema da Câmara.
Ao g1, Pollon disse que ocupou a cadeira de Hugo Motta porque a "Mesa Diretora descumpriu os termos de desocupação" previamente acordados. Leia a nota do deputado na íntegra abaixo:
"Bom, primeiro que devemos tratar as palavras com o devido significado. Motim segundo o Aurélio: Revolta armada; ação contra quaisquer autoridades que se define pelo uso de violência, pela falta de ordem ou pela utilização de armas; conflito. O que ocorreu foi uma manifestação pacífica, cobrando um compromisso não cumprido. Não houve expressões difamatórias, mas sim uma cobrança incisiva do compromisso não cumprido de pautar a anistia, realizada fora da Câmara, logo fora da jurisdição desta Casa. Quanto à ocupação da cadeira, se deu porque a Mesa Diretora descumpriu os termos de desocupação. Havia sido acordado que todos desceriam para depois os integrantes da Mesa subirem. Não há como o Marcel ocupar a mesma cadeira que eu, e quem estava na cadeira da presidência era eu. Nas imagens, vê-se que Zé Trovão franqueou a entrada. Agora resta saber se haverá ampla defesa na apreciação da Mesa e, posteriormente, da Comissão, ou se teremos um procedimento inquisitorial. Se houver ampla defesa, deverá ser oportunizado o contraditório antes da decisão da Mesa e antes da decisão da Comissão".
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Ocupação da Câmara
A ocupação do plenário da Câmara ocorreu em agosto e durou mais de 30 horas. O espaço foi ocupado por deputados de oposição em uma tentativa de impor a análise de propostas e em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O episódio fragilizou Motta, que foi impedido de se sentar à cadeira de presidente durante a tentativa de reabrir os trabalhos na Casa.
Ao todo, o corregedor da Câmara analisou representações contra 14 deputados do PL, PP e Novo. Ele pediu a aplicação de censura escrita a todos os investigados:
Marcos Pollon (PL-MS);
Marcel van Hattem (Novo-RS);
Zé Trovão (PL-SC);
Allan Garcês (PP-MA);
Bia Kicis (PL-DF);
Carlos Jordy (PL-RJ);
Caroline de Toni (PL-SC);
Domingos Sávio (PL-MG);
Julia Zanatta (PL-SC);
Nikolas Ferreira (PL-MG);
Paulo Bilynskyj (PL-SP);
Pastor Marco Feliciano (PL-SP);
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
Zucco (PL-RS).
Após obstrução da oposição na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (c), retoma a cadeira para abrir a sessão plenária proposta para a noite desta quarta-feira, 6, em Brasília.
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Deputado Marcos Pollon (PL-MS).
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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