Marcelo Pantaneiro: quem era o piloto que morreu em acidente aéreo no Pantanal
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Marcelo Pereira de Barros, piloto do avião em MS.
Reprodução
Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, morreu na última terça-feira (23) após o avião que pilotava cair na zona rural de Aquidauana (MS), no Pantanal. Ele era dono da aeronave e prestava serviços na região. Além dele, também morreram o arquiteto chinês Kongjian Yu, referência mundial em urbanismo, e os cineastas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr.
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O avião caiu nas proximidades da Fazenda Barra Mansa, uma área de turismo rural que já serviu de locação para a novela Pantanal. A aeronave tentou pousar, mas não conseguiu atingir a pista. O motivo do acidente está sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Amigo, pai e apaixonado pelo bioma pantaneiro
Natural de São Paulo, Marcelo escolheu Aquidauana para morar e era conhecido como "Marcelo Pantaneiro" nas redes sociais. Ele usava o apelido com orgulho e costumava compartilhar fotos aéreas do bioma, que sobrevoava com frequência. A imagem de capa do seu perfil no Facebook mostrava a vista do Pantanal a partir da cabine do avião.
Ele era apaixonado pela região e ajudava a divulgar pousadas e projetos de turismo sustentável em áreas de difícil acesso. Atuava principalmente no transporte de turistas, pesquisadores e profissionais que visitavam o Pantanal e a Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul. Marcelo deixa dois filhos.
Daniela Costa Arruda, viúva do piloto Marcelo Pereira de Barros, lamentou a morte do marido e disse não ter tido tempo para se despedir de Marcelo, que morreu trabalhando.
"Foi horrível, muito horrível", disse a viúva.
Apoio ao turismo de base comunitária
O piloto também foi reconhecido por seu envolvimento com o turismo de base comunitária. Segundo André Luiz Siqueira, pesquisador e coordenador do Instituto Ecoa, Marcelo teve um papel importante na consolidação de iniciativas locais.
"Ele foi uma das pessoas fundamentais para que um ribeirinho, um pequeno produtor, uma família, se desenvolvesse naquilo que o Pantanal mais tem de aptidão, o turismo sustentável", disse André em entrevista ao g1.
Simpatia e sensibilidade
André descreve Marcelo como uma pessoa gentil, carismática e com grande sensibilidade para as causas sociais.
"Era um trabalhador incansável, um cara muito sensível. É raro encontrar empresários que se disponham a apoiar iniciativas tão pequenas, mas tão importantes", afirmou.
Marcelo também era conhecido pela forma simples como lidava com os desafios do Pantanal. Para André, ele entendia a dura realidade da região, marcada por dificuldades econômicas, incêndios e desvalorização de pequenas propriedades.
"O Pantanal é uma luta diária. Marcelo fazia parte dessa luta", completou.
A aeronave
O avião de Marcelo era um Cessna 175, modelo de pequeno porte fabricado em 1958, com matrícula PT-BAN. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo só pode voar durante o dia e em condições visuais favoráveis, pois não tem instrumentos para navegação noturna ou por aparelhos.
A aeronave que caiu não tinha autorização para oferecer serviços de táxi-aéreo, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, o piloto não poderia oferecer esse tipo de serviço.
🔎O que é táxi-aéreo: De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o táxi-aéreo é uma modalidade de transporte comercial de passageiros, em que o valor da viagem é combinado diretamente entre o cliente e o responsável pelo voo.
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