Polícia descarta hipótese de que porcos selvagens na pista forçaram arremetida de avião que caiu no Pantanal
24/09/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo mostra destroços de avião que caiu e matou 4 pessoas no Pantanal
O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) descartou a hipótese de que uma manada de queixadas (porcos-do-mato) tenha forçado a arremetida do avião que caiu na Fazenda Barra Mansa, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, na noite de terça-feira (23). A informação tinha sido passada pelo Corpo de Bombeiros a partir do relato de testemunhas.
O acidente aconteceu em uma área turística localizada na zona rural de Aquidauana e matou quatro pessoas: o arquiteto chinês Kongjian Yu, os cineastas brasileiros Luiz Ferraz e Rubens Crispim Jr., e o piloto Marcelo Pereira de Barros.
"Houve o cuidado do pessoal de apoio da região de percorrer a pista [antes do pouso]. Já não existiam esses animais, em que pese estivessem presentes antes. Então, não estão relacionados a essa arremetida na pista", afirmou a delegada Ana Claúdia Medina.
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A investigação tenta descobrir o que provocou a arremetida. Durante a manobra, a aeronave perdeu altitude e caiu a cerca de 100 metros da cabeceira da pista. O avião explodiu ao atingir o solo, e os corpos foram carbonizados. Os trabalhadores da fazenda viram a coluna de fumaça e usaram um trator e um caminhão-pipa para tentar conter o fogo.
Segundo a delegada que investiga o caso, a arremetida, provavelmente, foi motivada por uma condição irregular observada pelo piloto. "Não é comum, mas é aceitável na questão da aviação, quando há necessidade de você fazer uma correção, então você arremete e volta pro pouso. Não esteve relacionada a esses animais em pista".
A operação de resgate durou cerca de nove horas e envolveu três militares e uma viatura. O acesso difícil e as condições do terreno dificultaram o trabalho das equipes.
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A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionado para investigar o caso. Ainda não há informações sobre o que causou a queda.
A aeronave era um Cessna 175, fabricado em 1958, com matrícula PT-BAN. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião estava autorizado a voar apenas sob regras visuais e durante o dia.
Infográfico: veja como é o avião que caiu em MS
Arte g1
Aeronave de 1958 era liberada só para voo diurno
O avião não era equipado para voar à noite ou em condições de mau tempo. Ele só podia operar durante o dia, segundo regras de voo. De acordo com a Anac, a aeronave operava sob a chamada VFR Diurno – Regras de Voo Visual durante o dia. Nesse tipo de operação, o piloto precisa manter contato visual com o solo e usar o horizonte como referência para se orientar no trajeto.
A aeronave tinha operação negada para táxi-aéreo e estava registrada no nome do piloto Marcelo Pereira de Barros, que está entre os mortos na queda.
O monomotor possui quatro lugares, tem capacidade para levar até três passageiros, além do piloto, e o peso máximo de decolagem é de 1.066 kg
Historicamente, o Cessna 175 saiu de fábrica equipado com o motor Continental GO-300 com redução de engrenagens, algo considerado raro em aviões pequenos.
Avião cai e mata quatro pessoas em Aquidauana, no Pantanal de MS
Delegada
Avião cai e mata 4 pessoas no Pantanal de MS
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